Eu ja perdi o ímpeto de certas coisas. Mas continuo a enfrenter o medo e cansaço, os dois maiores inimigos das coisas novas que acontecem por acaso. As vezes percebo que essa tecnologia que nos ajuda a unir pontos distantes acaba afastando cada vez mais. Vou ficando em casa, num quarto escuro, ao invez de não fazer nada lá fora. E sinto e perco os meus dias de uma forma débil.

Lembro-me de pouquissimos livros que li quando criança. mas definitivamente, teve um que não sai da minha cabeça até hoje. "longe é um lugar que não existe", um livro um tanto poético falando sobre um aniversário que vai acontecer, mas a pessoa nçao poderia ir, mas envia-lhe um presente. e todas as ilustrações são de pássaros. Isso que digo é algo da memória, não peguei o livro recentemente, até gostaria de encontrá-lo novamente...

A necessidade da comunicação se faz presente quando necessitamos que o outro saiba o que sentimos. Se soubéssemos que aquela pessoa quer nesse exato momento, não seria necessárias palavras, mas só ações. Um presente, um carinho, um trabalho, ou uma resposta. Se obtemos aquilo que desejamos, não há mais a grande necessidade da fala. Por isso que um olhar entre duas pessoas intimas é mais revelador que qualquer discussão acalorada.

A existência de um Blog é solução precária da vontade de falar e fazer com que outra pessoa escute. O grande problema que essa vontade só vai embora depois que a pessoa específica escuta, e não um errante que encontra esses escritos. O blog torna-se uma pequena terapia que o cliente busca quando necessitado, ou na melhor das opções, vira uma terapia constante, salvando o cliente em doses moderadas.

Sinto que este Blog só tem duas soluções a partir de agora: Seu encerramento ou uma transfiguração em algo novo.

Porque agora? nesse exato momento, percebo que tudo que tenho a dizer, já foi dito as pessoas certas, olhando aos seus olhos. Não tenho mais medo, me tornei mais confiante. Sou alguém diferente de 3 anos atrás, irreconhecível se comparado ao de 5 anos atrás...

5 anos atrás... eu estava com apenas 18 anos, indo ao meu ultimo ano do ensino médio, com uma fúria interna que explodia a qualquer instante, sem avisos. Era ainda meio triste, sem conquistas pessoais, sem muitos amigos, sem pessoas que entendessem o que acontecia na minha cabeça. Não estava viciado nas minhas drogas lícitas, tinha saúde, e sabia que queria da minha vida: Liberdade

hoje, sou ainda mais dependente, mas tudo mudou. Pouco se salvou daqueles conceitos. Com companhias agradáveis, vou a qualquer lugar. O riso é mais solto, espontâneo, as opiniões mais autorais, o medo de errar é menor, as dores são mais vívidas.

Mas tudo ainda é mesmo.

Espero resolver sobre o destino deste Blog. Não há sentido que determinadas coisas sejam simplesmente abandonadas.