A noite era perfeita.
Talvez não, poderia ser melhor, mas pra mim estava ótima.
Álcool, amigos, rock.
A cerveja estava gelada, uma mesa gigante, e todos ali de divertindo. falávamos de coisas triviais, coisas que falávamos todos os dias, mas ali era com uma outra intensidade. Riamos e nos divertíamos com essas preocupações que não faziam sentido naquele curto espaço de tempo. Riamos e não pagávamos por aquilo. Na verdade alguns de nós, nem a conta pagaram. Mas não importava. Beber de graça, e com graça, e com champanhe. Sem pretensão de nada além, um simples abraço, um olhar e um suave toque dos lábios, descompromissadamente.
Caminhamos em direção a música, sem se preocupar se seria bom ou ruim, porque sabíamos que já estava valendo a pena. Entramos pela pequena porta, um lance de escada que descia para o cubículo abafado, nosso "inferninho" particular. Quem tocava era nossos amigos. Quem cantava, tinha a seriedade de divertir com aquilo. Nós dançávamos, e gritávamos, e rimos, rimos muito. Aquilo valia o incômodo zumbido nos ouvidos que ficaria no dia seguinte.
Um pouco de ar, um cigarro, mais conversas, e de volta ao nosso ambiente. E antes que tudo se tornasse monótono e repetitivo, a minha despedida. Sabia que era cedo, mas estava tarde o suficiente para atender a responsabilidade pela manhã seguinte. Abraços, abraços, abraços, e aquele olhar novamente. Como não tinha percebido-o antes? Aqueles mesmos olhos que sempre os via e passava despercebido? Segui-os, e encontrei teus lábios novamente, para só então o beijo, simples, amigável, mas sincero. "Apenas amizade, sossegue", mas acho que não era eu que estava nervoso ali. Segui os passos que já havia traçado naquela noite, indo ao encontro do meu pobre e débil descanso.
Foi uma noite perfeita. Quem dera se durasse pra sempre.